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“Podemos encontrar ajuda para você”, digo, uma vez que se não entendesse que esse tipo de enunciação parece vazia para ela em seus momentos de desespero.
Ela tentou o suicídio pela primeira vez quando tinha 14 anos, mas agora tem 27 e está cá no meu quarto de hóspedes, provando que pode continuar. Minha esperança me cega para a veras, que o veste de ela ter lutado antes não significa que ela lutará para sempre. Esta noite ela está me dizendo que terminou.
Ouço os pés do meu marido parando detrás de mim na porta do quarto e imediatamente me pergunto o quanto ele ouviu. Viro-me rapidamente, uma vez que se tivesse sido pega em flagrante.
Ele é um varão gulodice e generoso. “Sem arrependimentos”, ele me disse em nosso primeiro encontro. Um tanto que só os jovens de 20 anos dizem. Crescemos juntos uma vez que acontece quando se moradia jovem. Se você tiver sorte, seus emaranhados se entrelaçarão.
“Estamos muito,” eu digo rápido demais. “Voltarei em um minuto.”
Ele passa pela porta de qualquer maneira. “Estou perdendo a sarau?” ele diz com um sorriso.
“Agora não, querido. Estarei aí em um minuto.
Não importa o sofrimento dela, não posso me permitir considerar desempenhar um papel na morte dela. Cinco anos mais velha, eu estive presente em tudo, desde os terrores noturnos de sua puerícia até a fuga de homens abusivos que ela achava que poderia deleitar. Ela estava doente há muito tempo. Mas certamente há esperança. Certamente, o coquetel médico claro, a situação de vida certa, o médico claro, os sistemas de base – certamente ela poderá encontrar uma vida melhor.
Ela se deita e se afasta de mim, derrotada. Ela puxa o edredom fofo até o pescoço, uma vez que faz quando precisa desesperadamente dormir e quer permanecer sozinha.
Fico ali por alguns minutos, na cercadura da leito, com a mão em seu quadril, antes de me levantar. Eu me inclino e afasto seu cabelo do rosto. Ósculo-a na lateral da cabeça uma vez que se ela fosse uma garotinha e digo: “Eu te senhoril, conversamos mais amanhã”, e subo para a leito.
***
Embora eu não soubesse o que o dia seguinte poderia trazer, mantive-me firme na crença de que poderia salvá-la. Em qualquer lugar lá no fundo, em qualquer lugar intensamente emocional e zero prático, eu acreditava que poderia fazer a diferença. Essas crenças vieram de um lugar de negação e desespero: negação de que sua doença era tão grave quanto era e desespero por ajuda e reconhecimento de nossa luta. Fiz todo o verosímil para evitar o inevitável, pensando o tempo todo que tinha qualquer tipo de poder que nenhum de nós nunca teve. Naquela embrulhada angustiante que tantas famílias de doentes mentais conhecem muito, eu estava sozinho.
Minha mana e eu lutaríamos juntas contra a doença por mais 13 anos antes de ela morrer por suicídio aos 40 anos. Ainda comemoro o natalício de sua morte todos os anos. Ela encontrou sua própria distinção através Veja mais aqui sua incrível força diante de tantas adversidades. Ficarei para sempre admirado com sua luta.
Se você ou alguém que você nutriz está sofrendo, por obséquio procure ajuda.
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Crédito: Manancial Original